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Pois, que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?
(Marcos 8.36)
A
cada dia, tenho mais a sensação de que as pessoas estão ficando com preguiça de
pensar, com preguiça de formar suas próprias opiniões. As novas tecnologias,
embora coloquem à nossa disposição inúmeros benefícios – dos quais desfruto
pessoal e profissionalmente, colaboram com isso. Não é culpa da pós-modernidade
ou da internet, mas do uso inadequado que se faz delas.
Até
poucos anos, para fazer um trabalho para o colégio, era preciso passar horas na
biblioteca, ler, pesquisar, se informar, exercitar a imaginação, enfim... Raciocinar!
Hoje, a impressão que se tem é que basta recorrer aos sites de busca, copiar e
colar. Lê-se o título, uma ou outra palavrinha que aparentemente resumem o
conteúdo, e recorre-se ao control C +
control V! O resultado? Pessoas sem conteúdo, sem conhecimento,
superficiais e sem parâmetros para concordar ou discordar do mar de inutilidade
que toma conta das redes sociais – reais ou virtuais, afinal, como se opina
acerca do que não se sabe?
Certa
vez, ao conversar sobre um bom livro com uma colega, ela simplesmente me
respondeu: "vou esperar lançarem o filme para ver se é bom mesmo". E
essa semana, um conhecido me perguntou "Você viu que ridícula a atitude de
fulana? Está no youtube e eu até coloquei no ‘face’. Que mulher infeliz!".
Ao lembrar que já havia visto inúmeros compartilhamentos, e com comentários na
mesma linha, resolvi assistir ao vídeo – que continha como descrição a opinião ipsis litteris do tal conhecido.
Honestamente, não vi absolutamente nenhuma atitude que fosse condizente com o
que muitos estavam criticando, ou simplesmente reproduzindo. O tal vídeo mostrava
uma situação isolada, que alguém maldosamente publicou e descreveu como sendo
uma atitude desprezível, com proporção potencializada por se tratar de alguém
ligado a um religioso conhecido e constantemente criticado pela mídia. Não que
eu estivesse defendendo aquela ou outra personalidade, estava apenas assistindo
ao conteúdo com senso crítico e tirando minhas próprias conclusões. Ou já
começaram a fabricar pessoas em série e estou mal-informada? Já é possível
comprar opinião pronta para ser usada?
O
que é mais grave é que condutas assim estão se tornando cada vez mais comuns
fora do mundo virtual. E mais do que se imagina, estão descrevendo facilmente o comportamento de muitos cristãos. Buscam-se justificativas para atitudes e para
a desobediência em conceitos meramente humanos, infundados e sem qualquer
respaldo ou convicção bíblica. Reflexo da insubmissão e resistência em aceitar
a autoridade absoluta da Bíblia.
“Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se
pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar
a boa,
agradável e perfeita vontade de Deus.”
agradável e perfeita vontade de Deus.”
Romanos 12:2
Precisamos ser cautelosos quanto
ao nosso comportamento e “afastar-nos da aparência do mal” (1 Tessalonicenses
5:22). Pensar antes de agir. Se há dúvidas, não prossiga, não fale, não
escreva, não faça! “Mas, se nós nos
examinássemos a nós mesmos, não receberíamos juízo.” 1 (Coríntios 11.3)
Entristeço-me
ao ver pessoas queridas dizendo “eu sou cristã...”, “eu sou membro de tal
igreja...”, e no entanto, suas atitudes não têm absolutamente nada de cristãs.
Outro
dia um rapaz me saudou num bate papo de internet e emendou “somos irmãos em
Cristo, também sou evangélico”. Paralela a essa conversa, ele compartilhava fotos
com conteúdo imoral e piadinhas “inocentes” de duplo sentido no perfil do Facebook...
E seguia com seu discurso de cristão exemplar.
“Sejam praticantes da palavra, e não apenas ouvintes,
enganando-se a si mesmos.”
(Tiago 1.22)
O
que é ser cristão, senão viver de acordo com o Evangelho de Cristo? Afinal, não
somos nós aquilo que fazemos? De que nos adiantam belos discursos, se as
atitudes são contraditórias e... horrorosas?
“Com a boca eles expressam devoção, mas o coração deles está
ávido de ganhos injustos. (...) Pois eles ouvem as suas palavras, mas não as põem em prática.”
(Ezequiel 33.31,32a)
Quantas
vezes ouvimos de boas pessoas, membros há anos da igreja, críticas por termos um comportamento correto, quanto à busca pela obediência ao Senhor?
“Se vocês pertencessem ao mundo, ele os amaria como se
fossem dele. Todavia, vocês não são do mundo, mas eu os escolhi, tirando-os do mundo; por isso o mundo os
odeia.”
(João 15.19)
(João 15.19)
Acredito
verdadeiramente que um grande motivador para determinados comportamentos é o
mau uso da Palavra. Sim... Não se lê mais as Sagradas Escrituras e, quando se
lê, busca-se a interpretação mais agradável, mais fácil de ser vivenciada. Engana-se
a si mesmo quem acha que é possível que haja revelações contemporâneas para “adequação
da Palavra aos ‘nossos’ tempos”.
“Há muito tempo Deus falou muitas vezes e de várias maneiras
aos nossos antepassados por meio dos profetas, mas nestes últimos dias
falou-nos por meio do Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas e por meio de quem fez o universo.”
(Hebreus 1.1-2)
Não
há novas maneiras para se interpretar a Bíblia, tampouco novas revelações. Não
há brechas para facilitar a caminhada com Cristo. Ou você pertence a Deus, caminha
com Deus, ou não!
A
princípio eu pretendia apenas discorrer sobre comportamento, e acabei
escrevendo um desabafo. Não sou perfeita – longe disso, e reconheço dia após
dia, minuto após minuto, minha pequenez e necessidade de buscar mais a Cristo,
aprender mais a Palavra, e me fortalecer no Espírito para caminhar no sentido
de ser reflexo da propriedade de Jesus na minha vida. E é o Senhor a quem eu
sirvo, e o relacionamento diário com Ele, que me dá esperança para prosseguir. (Josué 1.5 – Mateus 18.20b - Filipenses 1:6)
“Mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que ficaram
para trás e avançando para as que estão adiante, prossigo para o alvo, a fim de
ganhar o prêmio do chamado celestial de Deus em Cristo Jesus.”
(Filipenses 3.13-14)
Todos
nós somos passíveis de erros. Mas entendo que arrepender-se é mudar a direção,
e tenho, pelo menos, tentado viver de acordo com o que já aprendi (Filipenses 3.16). A obra de Deus é ação
e, se creio – e eu creio que Ele já operou essa ação em mim, eu devo, assumindo
minhas fraquezas e imperfeições, “ir após Ele”. Não se pode agradar a Deus e ao mundo. E,
sinceramente, eu prefiro agradar a Deus!
“Quero conhecer a Cristo, ao poder da sua ressurreição e à
participação em seus sofrimentos, tornando-me como ele em sua morte.”
(Filipenses 3.10)
Enfim, em tempos de tanto conteúdo que em nada
contribuem para nossa edificação, deixo um vídeo que acredito valer realmente o
compartilhamento. A atitude dessa criança pode e deve ser inspiração para
nossos dias, para que sejamos reconhecidos por nossas
palavras, mas, principalmente, pelas nossas atitudes.
“Deus retribuirá a
cada um conforme o seu procedimento.
Ele dará vida eterna aos que, persistindo em fazer o bem,
buscam glória, honra e imortalidade.”
Romanos 2:6-7